Seguir uma alimentação balanceada é a chave para uma vida mais saudável fisicamente e mentalmente. Um novo estudo, publicado na Nature Mental Health neste mês, analisou quatro tipos de dieta e descobriu que, entre elas, uma dieta sem restrições, com equilíbrio de diferentes nutrientes, pode ser a melhor para a saúde mental e função cognitiva.Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou os padrões de alimentação de mais de 180 mil adultos do Reino Unido e dividiu esses padrões em quatro categorias:
Dieta sem amido ou com amido reduzido;
Dieta vegetariana;
Dieta com alta ingestão de proteína e baixa fibra;
Dieta equilibrada (sem restrições).Para chegar a essa conclusão, a pesquisa analisou os padrões de alimentação de mais de 180 mil adultos do Reino Unido e dividiu esses padrões em quatro categorias:
Dieta sem amido ou com amido reduzido;
Dieta vegetariana;
Dieta com alta ingestão de proteína e baixa fibra;
Dieta equilibrada (sem restrições).
Mais de metade dos participantes do estudo enquadraram-se na categoria “equilibrada” e, entre essas pessoas, os resultados para saúde mental e função cognitiva foram melhores do que em qualquer um dos outros três grupos.
Aqueles que seguiram uma dieta rica em proteínas/pobres em fibras tiveram menores volumes de massa cinzenta em uma parte do cérebro chamada giro pós-central, que coordena a forma como o corpo se move através do ambiente, em comparação com aqueles que seguiram uma dieta equilibrada.
Além disso, o estudo encontrou um risco aumentado para transtornos relacionados à saúde mental associados entre os participantes que consumiram mais vegetais e frutas e restringiam outros tipos de nutrientes, como proteínas e carboidratos.
Por outro lado, pessoas que seguiam uma dieta vegetariana tinham volumes maiores de massa cinzenta em partes do cérebro chamadas tálamo e pré-cúneo, responsáveis por transmitir e convergir informações para os sistemas sensitivos.
A partir desses achados, o estudo sugere que uma alimentação equilibrada, sem restrição de alimentos específicos, está associada a uma melhor saúde mental e função cognitiva. Porém, além disso, outros fatores devem ser levados em consideração, como a qualidade do sono, a prática de exercícios físicos e a gestão do estresse.
Dietas restritivas podem causar deficiências de nutrientes
Um outro estudo recente, divulgado no periódico Perceptual and Motor Skills, pesquisadores do Brasil e de Portugal investigaram as principais razões pelas quais as pessoas adotam dietas restritivas.
Conduzida por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (Portugal) com apoio da FAPESP, a pesquisa descobriu que os fatores mais associados a esse comportamento foram saúde, humor, controle do peso, preocupações éticas e relacionadas ao consumo de produtos naturais.
No entanto, para os pesquisadores, essa prática vai contra o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde. O documento considera uma alimentação saudável uma dieta sem restrições severas e atitudes inflexíveis.
“Nossos achados destacam que investir em mudanças dietéticas pensando apenas no que se consome tem grandes chances de falhar. Dietas altamente restritivas, por exemplo, tendem a gerar comportamentos inflexíveis e obsessivos, que causam dificuldades biopsicossociais, como deficiências de nutrientes, afastamento de ambientes sociais e sofrimento emocional”, diz Wanderson Roberto da Silva, professor do Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Engenharia de Alimentos da Unesp e primeiro autor do estudo.