Na tarde deste sábado, 03 de fevereiro, a Rádio Tucunaré entrevistou o Delegado de Polícia Civil de Juara, Carlos Henrique Engmann, que esclareceu os fatos sobre a morte do menino Maicon Heitor, ocorrido no Hospital Municipal. Foram, 9 minutos de entrevista gravada sobre esse tema que a reportagem vai veicular na integra no Repórter Tucunaré desse dia 04, a partir das 11 horas.
O delegado foi enfático ao afirmar que, até o momento, não há qualquer indício de crime relacionado ao falecimento da criança. Além disso, ele fez um alerta sobre o uso irresponsável das redes sociais, que pode resultar em processos criminais para aqueles que difamam profissionais da saúde ou incentivam ataques virtuais.
O caso ganhou repercussão após familiares e outras pessoas da comunidade usarem a internet para divulgar críticas ao atendimento do hospital e, em alguns casos, até ameaçarem servidores públicos. Engmann explicou que a Polícia Civil foi informada sobre o óbito, mas que, conforme os laudos médicos, a causa da morte foi uma infecção generalizada, sem qualquer indício de crime.
“Essas situações são tristes e dolorosas, mas a morte por infecção hospitalar não é algo incomum. A Polícia Civil só pode iniciar uma investigação se houver indícios claros de crime, o que não ocorreu até agora. Caso a investigação administrativa da prefeitura encontre elementos que apontem para um erro médico criminoso, a polícia será acionada para abrir um inquérito formal”, afirmou o delegado.
O delegado ressaltou que a indignação da sociedade é compreensível, mas alertou que injustiças podem ser cometidas quando acusações são feitas sem provas, especialmente em redes sociais. Ele enfatizou que o Hospital Municipal tem profissionais capacitados e que qualquer denúncia deve seguir os trâmites legais, e não ser usada para alimentar linchamentos virtuais.
“Críticas generalizadas são perigosas”
Engmann destacou que, embora qualquer cidadão tenha o direito de questionar serviços públicos, isso deve ser feito de maneira responsável. Ele condenou ataques pessoais direcionados a médicos e enfermeiros, reforçando que a difamação pública pode resultar em processos criminais.
“Os servidores da saúde estão lá para salvar vidas. Se houve um atendimento falho, há canais legais para questionar isso, como a corregedoria do município ou a própria Polícia Civil. Mas lançar acusações sem provas, xingar profissionais ou incitar a violência contra eles pode configurar crimes como injúria, difamação, desacato e até ameaça”, alertou.
Nos últimos dias, foram registrados áudios e mensagens circulando em redes sociais contendo ameaças a servidores do hospital. O delegado deixou claro que tais ações não serão toleradas e que medidas já estão sendo tomadas para identificar e responsabilizar os envolvidos.
O perigo das redes sociais
O uso da internet para espalhar acusações infundadas pode ter sérias consequências. Engmann explicou que, além de quem cria ou compartilha conteúdos ofensivos, aqueles que curtem ou comentam publicações difamatórias também podem ser implicados no crime.
“Muitas pessoas acreditam que a internet é terra sem lei, mas isso não é verdade. Quem espalha informações falsas, incentiva o ódio ou ameaça profissionais pode ser responsabilizado. Inclusive, curtidas e comentários que reforçam essas acusações podem ser usados como prova da participação no crime”, explicou.
A Polícia Civil já determinou a abertura de procedimentos investigativos contra os responsáveis por ameaças e desacato aos servidores do hospital. Além disso, aqueles que foram diretamente citados nas redes sociais estão sendo orientados a registrar boletins de ocorrência para que as providências sejam tomadas.
O delegado reforçou a importância de a população agir com responsabilidade ao se manifestar sobre casos delicados. Ele reiterou que qualquer denúncia deve ser feita pelos canais adequados e não transformada em campanha de ataques na internet.
Delegado avisa: ameaças, injúrias e difamação na internet podem levar à prisão
O delegado Carlos Henrique Engmann reforçou que a Polícia Civil já está investigando aqueles que usaram a internet para atacar profissionais do Hospital Municipal. Segundo ele, a liberdade de expressão não dá direito a ninguém de difamar, ameaçar ou incitar ódio contra qualquer pessoa, muito menos contra servidores públicos em exercício da função.
“O que estamos vendo são atitudes criminosas. Quem grava áudios com ameaças, quem espalha mentiras, quem xinga servidores ou os acusa de crime sem provas precisa entender que isso tem consequências. Não é porque está na internet que não será identificado. Nós temos meios de chegar a essas pessoas e elas responderão por isso”, afirmou.
Engmann esclareceu que crimes como difamação, injúria e ameaça podem gerar processos criminais e penas que incluem multas e até prisão. Além disso, destacou que ações como compartilhar conteúdos ofensivos, curtir postagens de ataques e fazer comentários incentivando o ódio também podem configurar envolvimento no crime.
“Muita gente pensa que apenas quem escreveu a mensagem ou fez a postagem pode ser punido, mas não é assim. Quem curte, comenta ou compartilha mensagens ofensivas também pode ser responsabilizado, pois está ajudando a espalhar a ofensa. A internet tem registro de tudo, e isso pode ser usado contra essas pessoas na Justiça”, alertou o delegado.
Medidas já estão sendo tomadas
De acordo com Engmann, a Polícia Civil já determinou a abertura de investigações para identificar os autores das ameaças contra servidores do hospital. Ele afirmou que algumas pessoas já foram identificadas e que todas as provas estão sendo reunidas para responsabilização criminal.
“A partir do momento que há ameaças diretas, nós temos o dever legal de investigar e punir. Estamos verificando as postagens, identificando os autores e vamos encaminhar esses casos ao Ministério Público. Quem acha que pode ameaçar servidores ou difamá-los sem consequência vai se surpreender”, disse.
O prefeito de Juara também manifestou preocupação com o uso irresponsável das redes sociais. Ele já solicitou que os servidores ameaçados registrem boletins de ocorrência, garantindo que as medidas cabíveis sejam tomadas para proteger os profissionais e a integridade do hospital.
Diante desse alerta, a recomendação das autoridades é que a população use a internet com responsabilidade. O compartilhamento irresponsável de informações pode transformar qualquer usuário em réu em um processo criminal.
A Polícia Civil continuará monitorando os desdobramentos do caso e adotará todas as medidas cabíveis para garantir que a verdade prevaleça e que os responsáveis por crimes virtuais sejam devidamente punidos.