Reunião histórica com Luiz Antônio Pagot em Juara marca início de estudo para industrialização do Vale do Arinos.

Na tarde desta sexta-feira, 2 de maio, o Centro de Eventos da Acrivale, em Juara, foi palco de uma reunião marcante para o futuro da região. Com presença do prefeito Ney da Farmácia, do vice-prefeito Léo, ex-prefeito de Juara Carlos , do prefeito de Porto dos Gaúchos Vanderlei de Abreu, do vice de Tabaporã Fábio Turra, secretários, vereadores, representantes de associações e produtores rurais, o destaque ficou por conta do convidado especial: Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do DNIT, ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso e atual consultor em logística e desenvolvimento regional.

A reunião teve como objetivo anunciar que, por intermédio da deputada estadual Janaína Riva, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso vai custear o estudo de viabilidade para promover a industrialização do Vale do Arinos. Pagot será o responsável técnico pelo trabalho, que será executado pela Marco Info, consultoria especializada em desenvolvimento regional integrado.

Em seu discurso, Pagot destacou sua ligação pessoal com Juara e a importância estratégica da região. “O Vale do Arinos é invejável em produtividade e beleza natural. Mas o que falta é transformar esse potencial em resultado concreto”, afirmou. Ele explicou que o estudo terá início com o levantamento de dados das empresas, comércio, serviços e prefeituras, e exigirá envolvimento direto das gestões municipais e associações locais.

Segundo Pagot, o diagnóstico abrangerá não apenas o setor produtivo, mas também os gargalos logísticos, a disponibilidade de energia, telecomunicações, infraestrutura viária e mão de obra qualificada – fatores essenciais para atrair a indústria.

“Não existe indústria na prateleira. É preciso provar que a região está preparada”, reforçou.

Além da agroindústria, Pagot apontou novas frentes de desenvolvimento, como a mineração (rochas com potencial para fertilizantes e micronutrientes), piscicultura e bioenergia, mencionando ainda as oportunidades de geração de biomassa com eucalipto e o uso do DDG na pecuária. Ele também alertou para os desafios da reforma tributária e a necessidade de planejamento para acessar recursos federais: “O que falta não é dinheiro, mas bons projetos.”

A Rádio Tucunaré entrevistou as autoridades presentes e apresentará, em reportagens especiais, os desdobramentos desse grande projeto.

Pagot apontou caminhos concretos para tornar o Vale do Arinos um polo de desenvolvimento regional. O consultor ressaltou que o estudo financiado pela Assembleia Legislativa terá foco em “destravar” os gargalos logísticos, aproveitando os potenciais já existentes, como as ligações viárias para Porto Velho e Santarém e a futura integração com ferrovias em Sinop. Ele defendeu a implantação de um porto seco em Juara, que possa funcionar como estação alfandegária, reduzindo custos com exportação e importação.

Pagot também enfatizou o potencial dos combustíveis renováveis, em especial o etanol de milho, que além de abastecer veículos, pode ser usado na aviação (como SAF – Sustainable Aviation Fuel) e na descarbonização de navios.

“Se o mundo passar a usar etanol no lugar do óleo pesado, será uma revolução, e o Brasil vai precisar produzir 20 milhões de metros cúbicos a mais. Temos que estar preparados”, afirmou.

Sobre a piscicultura, destacou a demanda crescente por peixe em mercados sofisticados e a qualidade das águas da região como diferencial. Também citou exemplos de negócios promissores como a produção de café especial e fruticultura. Em tom descontraído, Pagot ironizou:

“80% da banana consumida no Mato Grosso vem de São Paulo. Isso é um absurdo! Temos terra e clima para produzir aqui”.

Ele reforçou que o estudo trará dados que permitirão aos prefeitos e associações negociar diretamente com distribuidoras de energia e empresas de telecomunicações para expansão dos serviços. O levantamento completo deve ser concluído entre 120 a 150 dias, e o resultado será apresentado em fóruns regionais para discussão pública.

Pagot ainda alertou que, embora existam bilhões em emendas parlamentares, é preciso ter projetos técnicos prontos para acessá-los: “Sempre tem dinheiro em Brasília. O que falta é projeto bem feito e registrado”. Por fim, defendeu o associativismo como chave para o sucesso, citando exemplos do Paraná e do Médio Norte de Mato Grosso, onde pequenas cooperativas deram origem a grandes agroindústrias.

Finalizando, ele fez um apelo à união de esforços: “Nenhum governo sozinho consegue desenvolver uma região. É preciso compartilhar tarefas, unir forças, trabalhar com planejamento e manter a continuidade. Juara já cresceu muito, mas tem ainda mais por conquistar”.

A Rádio Tucunaré seguirá com a cobertura deste projeto e trará, nas próximas edições, entrevistas e análises com as autoridades e especialistas envolvidos.

Fonte: Rádio Tucunaré e Acesse Notícias

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