Um cemitério de pedras construído há mais de 100 anos por descendentes de escravos pode se tornar uma área protegida por lei e virar sítio arqueológico. O local, conhecido como Campo Santo, é fonte de memórias e história para o povo da Comunidade Quilombola Rio Preto, no município de Lagoa do Tocantins.
Equipes do governo do Tocantins e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram na região e estudam o enquadramento do cemitério como sítio arqueológico histórico. Após visita à comunidade, mais pesquisas serão realizadas para fortalecer a proteção da memória do povoado.
A cantora Onorata Ferreira Lopes, de 78 anos, nasceu e cresceu na região. Ela diz que o Campo Santo é um lugar estimado pelos moradores, já que os antepassados descansam debaixo das grandes pedras e dos túmulos construídos pela comunidade.
“É um lugar que tenho estima, porque lá estão sepultados meu pai, meu ioiô, minhas tias, meus tios. Quando é Dia de Finados vamos lá colocar velas. Os sepultados lá eram os mais velhos, os troncos velhos, todos daqui”.